Ao se considerar a empresa inserida na sociedade, tendo como a area de Gestão de Pessoas as mesmas pessoas que fazem parte do todo(Sociedade), fica inevitável a conclusão que também o mesmo percentual de dependentes químicos reinantes na sociedade estarão presentes na realidade empresarial. A Organização Mundial da Saúde reconheceu a dependência química como doença e como tal deve ser tratada como um problema de saúde pelas empresas. Sabe-se que 70% dos usuários de drogas estão empregados. No Brasil, entre 10 a 15% dos colaboradores das empresas são dependentes de algum tipo de droga. Vamos pensar numa empresa de 10.000 funcionários temos de 1.000 a 1.500 colaboradoresque provavelmente são doentes. O uso de drogas no trabalho, além de causar acidentes, problemas de segurança e prejuízos financeiros, diminui significativamente a produtividade.
Dependentes quimicos ativos, faltam cinco dias por mês no trabalho, dez vezes mais do que quem não é usuário, 65% de todos os acidentes de trabalho estão relacionados ao uso de álcool e outras drogas, o usuário de droga fica 1/3 menos produtivo e utiliza 16 vezes mais os serviços de saúde. Dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostram que o prejuízo financeiro causado com furtos, acidentes, doenças e perda de patrimônio causado por drogas corresponde a algo em torno de 4.5% do PIB (Produto Interno Bruto). No Brasil, os custos decorrentes do uso indevido de substâncias psicoativas são estimados em 7,9% do PIB por ano, ou seja, cerca de 28 bilhões de dólares.
Segundo o BID, para cada dólar investido pelas empresas com tratamento a dependentes químicos, há uma recuperação de US$ 3. Os resultados indicam: redução de 91% de faltas; diminuição de 88% dos problemas disciplinares; 93% menos erros de trabalho; e redução em 97% dos acidentes de trabalho.
Programas de prevenção e combate ao uso de drogas sempre encontram barreiras, principalmente dentro das empresas, onde existe um tabu em relação ao assunto. Álcool, maconha e cocaína, entre outras drogas, são frequentes no ambiente de trabalho, mas seu uso muitas vezes passa despercebido. O problema é que queda na produtividade, absenteísmo e falta de motivação nem sempre são atrelados ao uso de drogas pelos colaboradores.
Contudo, ao se olhar o problema como uma doença, pode-se ver o problema sob outra perspectiva: de que se trata de um transtorno em que o portador desse distúrbio perde o controle do uso da substância, e sua vida psíquica, emocional, espiritual, física vão deteriorando gravemente. Nessa situação, a maioria das pessoas precisa de tratamento e de ajuda competente e adequada.
Pelo fato de que a dependência é provocada por uma reação química no metabolismo do corpo. O álcool, embora a maioria das pessoas o separe das drogas ilegais, é uma droga tão ou mais poderosa em causar dependência em pessoas predispostas, quanto qualquer outra droga, ilegal ou não.
É a sensação de satisfação e um impulso psíquico provocado pelo uso da droga que faz com que o indivíduo a tome continuamente, para permanecer satisfeito e evitar mal estar, ou seja, quando o consumo repetido cria o invencível desejo de usá-lo pela satisfação que produz. A falta do tóxico deixa o usuário abatido, em lastimável estado psicológico. Quando privados os dependentes sofrem modificações de comportamento, mal-estar, e uma vontade irreprimível de usar a droga. Os tóxicos que criam dependência psíquica provocam um hábito.
Assim, dentro de um programa de responsabilidade social, a empresa deve tratar o assunto como uma questão muito delicada, com cuidado e ética. O funcionário dependente precisa ser abordado com discrição e encaminhado para as áreas de Gestão de Pessoas, social ou de saúde. Também pode ser feito um desenvolvimento do programa com o objetivo de obter resultados efetivos de reinclusão dos alcoólatras ou drogados no seu contexto profissional, familiar e social. Esse tipo de programa contribui para que a empresa atue de forma ética, eficaz, voltada ao cliente e ao cidadão. Seus principais objetivos: conscientizar e mobilizar os colaboradores da empresa, o portador da doença e seus familiares, sobre a dependência química; propiciar tratamento para que o portador da doença busque sua recuperação; ampliar os conhecimentos sobre a doença e criar novas alternativas para o desenvolvimento do programa; e oferecer subsídios para que o empregado busque a recuperação para que este retorne a uma vida profissional, familiar e social satisfatória, através da abstinência química (bebida alcoólica e/ou drogas). Infelizemente algumas pessoas ou instituições ainda enxergam o dependente quimico como uma pessoa marginalizada à sociedade.
O que a Empresa que você trabalha tem feito pela dependência química?
Preferem ficar na inércia e acompanhar os números acima fornecidos pela Organização Mundial da Saúde ou do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Será que não é hora de percebermos mais nossos colaboradores, seus indices de abesenteísmo, turnover taxa CAF, etc.
Nós podemos fazer algo mais importante que ficar vendo os noticiários da Tv, que geralmente apresentam um ‘’menu’’ de sofrimentos onde os noticiários de violência, geralmente têm suas origens no mundo do tráfico e do consumo de drogas.
Pense expanda essa ideia. Saia da poltrona incentive , alguém que você conhece a procurar ajuda.
Imagina que quanto mais a empresa crescer maior vai ser o índice de dependentes empregados.
Outro índice interessante é que dos colaboradores que iniciam o tratamento entre 20 a 25% continuam e levam a sério o tratamento até o final.
No link abaixo achei muito interessante o que nos trouxe a especialista Karen Garret sobre os dados da dependência quimica e sua combinação custosa nos EUA.
Achei legal também : Quando trata-se dos assuntos Programa de resultados e Questão de imagens.