Nós Somos...

Nós Somos...

Por todas as vidas que um dia conhecemos e de alguma forma ajudamos a Recuperar.Por todos aqueles que nos apoiam e sempre nos apoiaram de alguma forma, provando que também acreditam na Recuperação.Por todos amigos que fizemos, que estiveram e que ainda estão conosco nesta árdua caminhada.Por um mundo sem o flagelo de uma grande infelicidade, que assola a humanidade nos dias de hoje e que se chama “DROGA”.Por todos aqueles que partiram sem vislumbrar a Luz da Recuperação.Por toda ESPERANÇA, todo AMOR e toda em um mundo LIMPO, onde prevalecerá a dignidade e o respeito pela vida.

Por Hoje... e Só por Hoje;

Somos a Raios de Sol; sempre acreditando que Viver, Vale a Pena!

sexta-feira, 16 de março de 2012

UM DEPOIMENTO EMOCIONANTE E VERÍDICO!

"Uma nova forma de Viver"

 
Carlos

A minha vida estava ingovernável e mesmo assim eu não admitia que fosse impotente perante o álcool, nem que sozinho não era capaz de parar.

Chamo-me Carlos, 38 anos, casado, e com uma filha de 14 anos. Embora esteja em sobriedade e/ou em abstinência há 6 anos, resolvi voltar a fazer o 1º Passo por escrito.

“Admitimos que erramos impotentes perante o álcool - que as nossas vidas se tinham tornado ingovernáveis.”

Sobe o efeito do álcool, coloquei em risco a vida da minha filha quando dirigi em contra mão ainda ela era bebe. Lidava com produtos químicos e altamente corrosivos; Constantemente colocava a vida de outras pessoas em risco.

Começaram as discussões em casa com a família e, como se isso não bastasse, vieram às tentativas de suicídio. Condução sobe álcool, dois acidentes, a mania de ser o maior.

Enquanto alcoolizado tratava mal as outras pessoas e as chamava de nomes obscenos, eu era o maior. Uma vez agredi fisicamente a minha esposa, mas ela voltou-se contra mim. Muitas vezes abusei dela sexualmente. Nunca fui agredido, pois, como era covarde, também não me metia com ninguém. Considerava-me uma pessoa violenta, mas não fisicamente, embora hoje tenha a noção que a violência verbal é tanto ou mais prejudicial do que a violência física.

Nunca precisei roubar para consumir álcool, pois eu tinha-o sempre à disposição. Com o decorrer do meu consumo exagerado fui faltando às aulas, comecei a falsificar as notas da escola, até que arranjei emprego, e fui sendo despedido de emprego em emprego até ao que tenho hoje.  Se não o perdi, posso agradecer ao meu Poder Superior por ter andado com uma rede debaixo de mim. Mesmo assim, fui advertido várias vezes, pois trabalhava com peças de aviões e com produtos químicos.

Comecei a faltar ao emprego, pois as bebedeiras eram tantas e de tal ordem que no outro dia não me levantava. Os outros colegas de trabalho iam subindo na carreira profissional, mas eu não. Já bebia álcool durante as horas de trabalho, pois tremia e, sem álcool, não funcionava. Fui várias vezes pego dormindo no local de trabalho, era repreendido e dizia que sim senhor, mas voltava a fazer o mesmo. A minha família começou a queixar-se de maus tratos verbais, de gastar o ordenado e de não haver leite sequer para dar à minha filha que naquela altura era bebe. 

Não admitia que me chamassem bêbado, pois eu “só bebia uns copos”. Bêbado não, e alcoólico, muito menos. Para quem já não funcionava sem álcool, para quem já as mãos tremiam por todo o lado, vejam só: alcoólico, não. Comecei a esconder álcool no emprego, no armário, no balneário e na mala da ferramenta. Os meus “amigos” eram companhias da pior espécie, pois eu só freqüentava as espeluncas. Era aí que eu estava com os meus e era aí que eu podia impor a minha vontade. Presentemente, tenho amigos que bebem socialmente, que sabem do meu problema, que me aceitam e ajudam. 

Comecei a ter apagamentos de memória, a ir a festas só para beber. Apareceram as vertigens, os tremores e os suores frios. Bebia para fugir aos problemas, bebia para resolvê-los, bebia porque era tímido, bebia por tudo e por nada. Ainda houve um período em que tentei controlar o álcool e a verdade é que por determinado tempo consegui. Mas foi pura ilusão, pois voltei a beber. E de cada vez em maior o desespero. Financeiramente, dei cabo da minha vida e ainda hoje estou a pagar a fatura.

Se não tivesse conhecido Alcoólicos Anônimos já teria morrido, pois foi em AA que me devolveram a dignidade, a alegria e uma nova forma de viver. E só por hoje sou feliz e vou tentar viver e deixar viver.
Em AA espero mudar a minha maneira de ser, tentar ser honesto, humilde e, acima de tudo, ser uma pessoa diferente e em recuperação.

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